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5 de outubro de 2009

Parque de Pituaçu pede socorro


Desmatamento, ocupação do solo e poluição das águas rondam o Parque de Pituaçu desde que foi criado em 1973.
Hoje restam apenas 400 dos 660 ha da reserva que circundava alagoa,criada com a represa do Rio Pituaçu, em 1906, para abastecimento humano, uma das primeiras obras públicas do engenheiro negro Teodoro Sampaio.
A imensa lagoa formada pela represa de Pituaçu assemelha-se a um trevo de quatro folhas, circundado por pequenas colinas que abrigam remanescentes de mata atlântica e das quais se avista o mar aberto. São estas colinas que vêm sendo ocupadas sistematicamente pelos invasores de colarinho-branco.
Em muitos lugares do mundo, os parques urbanos – e os parques em geral – são adotados como territórios para experiências transformadoras que afetam o entorno. Os parques como espaços especiais para aprendermos a fazer uma nova cidade. Uma cidade melhor depende de transformações profundas de comportamento e nos modos de convivermos.
É um debate fundamental.
Hoje o que está ocorrendo com os parques de Pituaçu, São Bartolomeu, Vale Encantado é a incompreensão do papel estratégico que um parque joga no território. A revisão dos limites do Parque de Pituaçu é um debate necessário, pois o Estado cedeu graciosamente para entes privados extensas áreas públicas, sem nenhuma contrapartida para o parque e para o interesse público.
Devolver essas áreas para o parque e inseri as numa dinâmica de uso adequado é o desafio que deve mobilizar as atenções dos governos estadual e municipal, inclusive para compensar tudo que ele já perdeu com as ocupações de colarinho-branco.
Para que o parque possa cumprir este papel de indutor de experiências inovadoras na comunidade, torna-se imprescindível o estímulo à gestão participativa do parque, através da ação de um conselho gestor deliberativo, afinado com os interesses da cidadania.
Propomos como medida imediata a realização de um circunstanciado diagnóstico socioambiental, participativo, buscando também um elenco de propostas para a viabilidade socioambiental do parque.Gilmar Santiago é vereador de Salvador pelo PT

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