De cada 100 mil mulheres grávidas na Bahia, 113 morrem durante a gestação ou até um ano após o parto, vítimas de problemas obstétricos como hemorragias, consequências de abortos e descolamento de placenta. O número é muito superior ao considerado aceitável pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que estipula o índice em 10 óbitos por cada 100 mil gestantes.
De acordo com dados da Secretária Estadual de Saúde (Sesab), mais de 80% dos óbitos maternos são evitáveis, desde que sejam tomadas precauções como o acompanhamento pré-natal. Na Bahia, mais de 13% das mortes são causadas por eclampsia (síndrome que leva a morte por hipertensão). Outros 11% são motivados por abortos e 11% por descolamento prévio de placenta. As mulheres de baixa renda, dependentes do Sistema Único de Saúde (SUS), representam o maior percentual das mortes maternas.
Entretanto, muitos dados sobre esse assunto são subnotificados, como por exemplo, o caso dos abortos que constituem a primeira causa de morte materna na Bahia. No atestado de óbito, muito vezes, não é citado como “causa mortis” e a mulher aparece como vítima de infecção generalizada.
Vale ressaltar que para reverter esse quadro é preciso oferecer amplamente na rede pública os métodos contraceptivos, além de estimular o acompanhamento pré-natal. Outro problema que vem se generalizando é a tendência de as mulheres optarem pela cesariana, em que existe maior chance de infecção para a mãe e o bebê.
A OMS recomenda que a mulher tenha pelo menos seis consultas ao longo da gestação e o pré-natal deve começar no primeiro trimestre da gravidez. Muitas mulheres, por motivos diversos, têm dificuldade de encontrar atendimento na rede básica de saúde ou demoram para iniciar o acompanhamento médico. Se a gestação é bem acompanhada é possível identificar muitos fatores de risco.
Para tentar reverter o quadro na Bahia, as entidades ligadas à saúde e direitos reprodutivos da mulher, têm se mobilizado para ativar e fortalecer os Comitês Estaduais de Morte Materna, idealizados no início da década de 90 com o objetivo de analisar com mais detalhes as causas das mortes, o que permitiria uma atuação mais efetiva contra o problema. Outras medidas que podem ajudar a reduzir os índices de mortalidade materna no estado são a melhor integração entre as unidades de saúde básica e hospitalar durante o pré-natal e no pós-parto, tanto no âmbito municipal quanto estadual, bem como a melhoria na qualidade de atendimento na rede pública é o melhor meio de reduzir esses números no Estado.
fonte site cms
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